Vamos falar de coisa boa! Vamos falar de cheesecakes!
Queria começar 2017 aqui no blog com um post sobre metas ou com uma retrospectiva de 2016. Mas sentei na mesa da sala e decidi escrever sobre Cheesecakes. E acho que vai ser um post bem mais legal que qualquer post clichê de novo ano.
Tenho uma relação muito delicada com queijo. Sou um pouco chata com eles, principalmente porque não sou muito fã de leite, a base para qualquer queijo da vida, né queridos. Amo queijo, acho que torna qualquer receita mais ou menos, em algo espetacular. Mas se tiver fora dos meus padrões ~paladísticos~ (invento palavras sim, mindexa), o queijo não desce nem com reza braba.
A relação é tão estranha que eu achava broxante quando ia nas festinhas e tinham aqueles docinhos que pareciam beijinhos e quando colocávamos na boca sentia o gosto da decepção. E na hora era cuspido para o lixo. E por isso sempre achei que cheesecakes tinham aquele gosto da decepção. Ahh como eu estava enganada.
Cheesecake é uma sobremesa que em boa parte da minha infância e adolescência não era conhecida. Talvez por ser um prato muito mais popular em outros países e que o conhecimento dele só se deu depois que fiquei mais adulta e que tive oportunidades de, enfim, me deparar com essa iguaria pelas vitrines dos cafés ou dos livros de receita.
Mas nunca me via comendo essa torta. Logo que ouvia o nome vinha na memória o gosto amargo da decepção. A coisa era tão forte para mim que lembro um dia que estava conversando com o Eduardo, planejando uma possível viagem para os EUA e a gente falando sobre os lugares que gostaríamos de visitar para comer e experimentar. E quando falamos da famosa The Cheesecake Factory (que sempre aparece na série The Big Bang Theory) eu vetei veemente a ida até lá, sem querer saber que poderiam haver opções sem a sobremesa no cardápio.
Até que um dia me permiti mudar esse pensamento e experimentar. Não lembro muito bem, nem quando, muito menos o porquê. Acredito que foi na pequena viagem a Holambra, que decidi me despir de preconceitos paladares e coloquei um pequeno pedaço desse doce na boca. Claro que já estava esperando o famoso gostinho do docinho de queijo das festas infantis. Cara, como estava enganada. Como um novo mundo se abriu, bem diante da minha língua. Agora quero experimentar todas as cheesecakes do mundo.
UPDATE: depois que o Eduardo leu esse post ele disse que na verdade foi no café da FNAC Paulista que dei a minha primeira pequena bocanhada na Cheesecake que ele estava comendo. Diga-se de passagem foi bem próximo a viagem a Holambra.
Após esse evento louco, divisor de águas da minha vida, parei para refletir sobre muita coisa e muitos comportamentos que tenho sobre mim e sobre o mundo. Consegui ver, mesmo que bem devagar, ainda meio que no escuro e na penumbra, que as coisas podem não ser exatamente como acredito que são ou como eram quando eu era mais jovem.
O mundo muda, nós mudamos. E com toda essa mudança, a nossa percepção sobre aquilo que achávamos bom ou não; que gostamos ou não, também pode variar. E acho que foi exatamente isso que aconteceu quando finalmente me permiti sair da minha zona de conforto. Claro que não me tornei a fanática por cheesecakes. Apenas posso comer sem problemas quando estiver em uma festa ou quando essa for a única opção do cardápio.
Me abrir, me permitir experimentar é algo muito complicado para mim. Sou uma pessoa que carrega muitos paradigmas e preconceitos. Tenho muito medo de sair da zona de conforto, muito mais por medo de falhar ou de me frustrar. Tenho medo do não. E esse medo me impede de vivenciar coisas fantásticas e maravilhosas que eu nunca sei muito bem que são porque eu não me abro para vivê-las.
É claro que haverão cheesecakes não muito bem feitas, com um gosto diferente ou estragadas. Mesmo sendo experiências não muito agradáveis, essas cheesecakes pode revelar algo muito maior e com certeza você irá tirar algum ensinamento dali. Seja positivo ou negativo.
O que eu quero dizer aqui com essas palavras sem muita pretensão é o seguinte: não deixe as cheesecakes da vida te atrapalharem a experimentar o que o mundo tem de melhor a oferecer. Nossos gostos, opiniões e o modo de ver o mundo muda ao passar dos anos. Permita-se ser surpreendida e descobrir que tudo aquilo que você imagina pode sim ser diferente e até melhor.
Embarque em aventuras que tenha medo. Se tem muito medo, vá aos pouquinhos: prove um pedacinho aqui, depois um pedacinho ali. Quando você menos esperar, já comeu a torta inteira. E se depois disso tudo você notar que realmente não gosta de cheesecakes, tudo bem também. Você provou, experimentou e viu que aquilo não era para você. Que provavelmente, há uma outra sobremesa que você ainda não sabe que gosta e que te mostrará um mundo novo.
Esse é meu lema para 2017: mais cheesecakes em minha vida (acho que vou emoldurar essa frase). Qual é o seu lema para esse ano que acabou de começar?
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Que tal experimentar uma cheesecake hoje?
♥
Mil beijos e até mais!
♥
9 Comments
Bel
4 de janeiro de 2017 at 13:27Oi Karin,
Seu post é ótimo! Eu fiquei lendo sua história sobre o cheesecake quando nem percebi já estava refletindo sobre experimentar coisas que eu nunca experimentei e sobre como às vezes fico brava quando não sou mais como era antes e, em alguns momentos, isso é super normal porque a gente muda e é bom mudar, não é mesmo? Sair da zona de conforto é muuuito difícil pra mim mas eu sei que preciso me esforçar pra fazer isso porque eu raramente me arrependo quando faço.
Beijos e um excelente ano novo pra você
https://web.archive.org/web/20180812055049/http://belsantanna.com:80/
Karin Paredes
7 de maio de 2017 at 09:20Olá Bel!
Acho que estou atrasada na resposta desse comentário lindo que você deixou aqui.
A zona de conforto é uma eterna inimiga, minha e de muita gente.
Tenho uma pontinha de invejinha das pessoas que “dão bananas” para ela e conseguem fazer as coisas que querem.
Eu queria ter apenas 10% dessa audácia toda. Já seria uma pessoa mais feliz!
Mas acho que é isso que precisamos: um cheesecake de cada vez.
Mil beijos
Andrea
4 de janeiro de 2017 at 15:38Adorei o post, Karin! Essa é sempre uma das minhas resoluções de ano novo, falar mais “sim”, no estilo mesmo de sair da zona de conforto. Bom, aos poucos eu consigo fazer mais isso, lógico que não esperava mesmo que acontecesse em um momento de uma vez, então todo ano, semana, dia, vou trabalhando nessa saída. Imagina quantas oportunidades a gente perde só pelo medo do não, pelo medo da decepção? Eu morro de medo de ficar ansiosa quando faço algo diferente, mas aí fico ansiosa quando vejo que não faço nada… Que coisa.
Adorei a relação que você fez com a primeira vez em que você experimentou cheesecake, também tenho uma historinha com essa sobremesa (não é assim tão empolgante, mas é parecida). Também cresci sem ouvir falar da torta e a primeira vez também foi: “gente, que é isso? Doce com um creme de queijo? Eca, que nojo”. Sou dessas que não experimenta, se não gostei nem do nome, dificilmente vou provar. Pois bem, quando fiz meu intercâmbio em Londres, dividia casa com várias pessoas e certo dia, um deles recebeu o visto de permanência e fez um jantar pra todos em comemoração. Comida de graça, tô dentro!! Lembro até hoje do cardápio, era uma massa com molho branco e frutos do mar, yummy!!! Na hora da sobremesa, ele serviu uma torta bem bonita, e eu jurava que era um mousse (lá nos ~estrangeiros~ não é comum colocar cobertura como aqui, ter tem, mas a original não tem…), nem perguntei e comi. E GENTE!!! Sério, enquanto digito aqui, parece até que estou sentindo o sabor e o cheiro, que louco, hahahaha. Melhor coisa que já experimentei. Fui lá perguntar o que era, quando ele falou que era cheesecake, eu fiquei: Q? Como assim eu gostei da sobremesa nojenta? Hahahaha
E foi aí que eu viciei demais em cheesecake!!! E nossa, a da Cheesecake Factory não é desse mundo de boa!!
Pois então, desejo muitos cheesecakes pra você esse ano e que todos tenham esse sabor doce!
Feliz 2017 pra você ^_^
Karin Paredes
7 de maio de 2017 at 09:25Andrea, eu lembrei de ter programado responder esse seu comentário e em algum momento isso fugiu de minha vida hahaha.
Ansiedade, sofro para fazer e sofro por não fazer. Essa vida de adulta nos decepciona por completo, viu. Achava que era mais fácil! A zona de conforto sempre nos mantém estagnada.
Sobre sua história. Sim, ela é tão empolgante quanto a minha, sim!!!!
É sempre assim, né: quando menos imaginamos, quebramos um paradigma em nossas vidas.
E é sempre para melhor!
Mil beijos
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