Oi pessoas!
Nunca fui de escrever diários. Não tive esse incentivo na infância/adolescência ou me senti tentada a fazer. Até comecei um caderno há muitos anos atrás, mas que não durou muito tempo. Ainda tenho ele, tem algumas coisas escritas e até é meio engraçado e nostálgico ver as coisas que escrevi nele.
Então tenho lido o livro Os Diários da Sylvia Plath e é bem interessante ver como ela escreve um pouco de tudo em seus diários: tem acontecimentos, reflexões sobre a vida e o mundo, um pouco de cada coisa. É meio estranho ver a sua vida ali meio que revelada em páginas e páginas, palavras e mais palavras. Eu tenho curtido muito a leitura, mesmo ela estando um pouco arrastada.
Então algumas semanas atrás, conheci, através da Maki e da Loma, o Morning Pages. O Morning Pages consiste basicamente em escrever tudo o que está em sua mente em pelo menos 3 páginas de um caderno (o que dá mais ou menos umas 750 palavras). A Maki explica super bem em um post sobre o Morning Pages e confesso que depois que li fiquei mais tentada ainda em fazer.
Acontece que o morning pages fica quase inviável para mim que tenho uma rotina superapertada pela manhã. Eu acordo 5:30, enrolo uns 15 minutos de preguiça, levanto, me arrumo e tomo um café da manhã para sair de casa para o trabalho estourando umas 6:30. Lembrando que tudo isso dividindo a rotina (e os espaços) com o marido que vai sair junto comigo. É tudo cronometrado e ensaiado. Se alguma coisa está fora do script a gente se enrola e se atrasa. Não dá para acrescentar mais uma atividade nesse esquema. Talvez para mim seria melhor algo do tipo “Night pages” (indicação da própria Maki), mas ainda não estou certa se daria certo.
Eu gostaria de ter uma rotina mais slowdown pela manhã para poder me dedicar a algumas coisas que eu gostaria de fazer e que ao longo do dia fica um pouco complicado ou simplesmente perco a vontade de fazer. Sou uma pessoa bem matinal, eu acordo com pique maravilhoso. O sentimento é que conseguirei conquistar o mundo. Mas as horas vão passando, o tempo vai avançando e quando vai chegando a tardinha eu só quero descansar e fazer vários nadas.
A questão é que de manhã, estou no meu trabalho principal, aquele que me permite pagar as minhas contas e conseguir comprar os meus livros e planejar viagens. E como o meu momento de maior produtividade está ligado a ele, então acabo sem energia para todo o resto.
A vontade de escrever diários
Mas quero voltar a questão dos diários. Mas precisamente em escrever diários. Apesar de estar escrevendo pequenos resumos do meu dia em meu bullet journal e às vezes escrever uns textos mais pessoais e autorais por aqui, ainda sim, sinto a necessidade de escrever coisas mais profundas e um tanto quanto particulares que não consigo falar nem mesmo para a amiga mais íntima que tenho. Na verdade, acredito que um diário poderia ajudar na angústia diária que sinto, e assim poder extravasar em forma de escrita esses sentimentos que às vezes fico pensando e remoendo por horas e dias. Sei lá, talvez seja uma maneira de desanuviar a mente e conseguir me libertar de algumas sensações que andam me atormentando.
Ainda não dei início a esse processo de escrever diários, porque tenho muito medo de ser mais uma coisa que quero muito fazer, mas não consigo dar continuidade, como acontece em muita coisa na minha vida. Isso é uma das coisas que me incomodam: os projetos iniciados e nunca terminados. Se vocês soubessem o quanto isso me angustia e me incomoda e me frustra (acho que alguns, sim). Eu já comecei a fazer tanta coisa e acabei largando pelos mais diversos motivos que hoje em dia fico descrente em mim mesma para começar qualquer novo projeto.
Eu queria escrever, escrever muito, mas para isso preciso dedicar um tempo que não sei realmente se tenho. Me sinto bem escrevendo. Adoro vir aqui e escrever e desabafar e expor um pouco de tudo que se passa aqui na minha cabeça. É catártico e me ajuda de alguma maneira, mas acho que o diário seria algo que eu pudesse escrever para mim, para expurgar sentimentos e aflições, que eu pudesse exteriorizar através das palavras a verdadeira Karin. Aquela nem mesmo eu sei que existe. Seria meio que terapêutico. Talvez um meio passo para um autodescobrimento que tanto necessito.
Vou amadurecer essa ideia toda de escrever um diário. Talvez seja só uma fase, talvez eu realmente precise disso. Talvez…
Mil beijos e até mais!
♥
5 Comments
Ana Barros
9 de maio de 2018 at 13:45Engraçado, ás vezes eu morro de vontade escrever mas às vezes bate uma preguiça!! Ou estou super inspirada ou não estou hahaha Vai entender!
Beijos <3
Pequenas Aventuras
Karin Paredes
12 de maio de 2018 at 10:08Olá Ana!
Então o diário é justamente para isso: escrever quando se tem vontade! Eu queria muito poder escrever mais, mas o tempo está cada vez mais apertado. aí eu fico: sento para escrever ou vou deitar para descansar e dormir? Adivinha quem ganha?
Mil beijos
maki
10 de maio de 2018 at 18:42amiga, a gente podia marcar de fazer uns sprints de escrita sabe? reserver um momento da semana pra escrever juntas! tipo, por 30 minutos, 40… só pra você ter esse tempo. daí vira tipo um compromisso na agenda!
Karin Paredes
12 de maio de 2018 at 10:12Maki, mas que ideia genial! Eu realmente adorei!
Vamos acertar os detalhes sobre isso.
Precisamos marcar aquele café, para bater papo e falar sobre morning pages e diários.
Mil beijos!
BA MORETTI
12 de maio de 2018 at 00:06eu li um texto da maki sobre morning pages na mesma semana que me bateu essa vontade de voltar a escrever em diários. foi até engraçado a coincidência. porque pra mim, mesmo tendo o blog e ele sendo super pessoal, a gente não abre tudo né? por um milhão de motivos e tudo bem. só que eu sinto falta de colocar umas coisas pra fora, desanuviar a mente, como tu disse HAHA eu peguei um caderno velho aqui e comecei mas sem regras mesmo. a minha rotina também é toda cronometrada e não teria como encaixar mais alguma coisa no meio dela. tô aproveitando as férias pra ver se pego no embalo mas eu basicamente escreve quando tô a fim. as vezes fico dias sem escrever, as vezes escrevo 3 páginas, as vezes só 1 parágrafo mesmo. mas pelo menos tem matado a minha saudade e suprido essa vontade/curiosidade 🙂