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Pessoal

A efemeridade da vida

A efemeridade da vida 1

efemeridade da vida

Sabe aqueles dias que a gente vai trabalhar e o dia parece ocorrer na sua mais tranquila normalidade e de repente …

boom!

… uma notícia surge do nada e te choca de uma forma que faz você avaliar todos os pontos da sua vida, do que anda fazendo e todas aquelas coisas estranhas que fazem a gente querer ficar em posição fetal na cama (se possível debaixo dela)

A morte, meus amigos, ela chega da forma mais imprevisível possível. Em alguns momentos, ela vai aparecendo devagarinho, preparando o campo, apossando do espaço e do momento. Ficamos em um eterno “será hoje, será amanhã ou será na semana que vem?” Mas às vezes ela vem de forma implacável, no susto. “Hoje estou bem, amanhã não estou aqui”

Achava que pessoas da minha idade não morriam, que perdeu um amigo ou conhecido da mesma idade que a minha só ocorreria quando eu já estivesse com uma idade bem avançada e a morte se tornasse algo natural na minha vida

E aí o mundo me mostrou pela primeira vez que não era bem assim. Hoje aconteceu de novo! Uma vida jovem se foi de forma inesperada e implacável.

Ela era uma colega da época da escola, tinha minha idade, bonita, alegre, vivia a vida bem, praticava esportes. Lembro na escola, sempre rodeada de amigos, muito querida. Não éramos muito próximas, mas compartilhamos os momentos em sala de aula durante o ensino médio.

A notícia mexeu comigo. Claro! Não tem como não se chocar com algo do tipo. A gente começa a avaliar a vida, o que estamos fazendo com a gente, com as pessoas ao nosso redor. Como assim, uma pessoa tão jovem, tão cheia de vida, de planos.

A gente se vê ali, a gente questiona nossas escolhas: estamos comendo bem? O que estou fazendo para que a minha vida possa ter uma razão? Estou me exercitando? Estou fazendo bem ao próximo? Fiquei mal. Estou mal, estou numa bad forte.

A efemeridade da vida está em todo o lugar. Hoje estamos aqui, comemorando o batizado do primeiro filho de seu amigo. Amanhã a esposa dele não está mais aqui porque um aneurisma rompeu em sua cabeça. É estranho como podemos dar um até logo para um conhecido e no dia seguinte sabermos que ele não estará presente no jantar da família.

Vivam a vida gente! Aproveitem o intervalo entre o nascimento e a morte. Façam as coisas que tanto sonham e planejam. Peçam perdão para um familiar. Se programem para fazer aquela viagem dos sonhos. Se organize para mudar daquele emprego que só te dá dor de cabeça. Tenha logo o desejado filho.

Não esperem. Por favor, não esperem o momento certo. Porque às vezes ele pode nunca chegar.

Acho que a única coisa que posso fazer aqui é deixar minhas condolências para os amigos e familiares da minha colega. Nada que eu diga ou escreva irá dar conforto, que a dor é grande, mas que aos poucos essa dor será substituída por uma saudade sem fim e a lembrança dos momentos felizes vividos juntos.

Uma coisa tenho certeza: a nossa passagem nesse mundo é curta, efêmera e imprevisível. E precisamos viver tendo sempre isso em mente e fazendo sempre o melhor.

About Author

Karin Paredes, 37 anos baixinha, tagarela, adora livros e bibliotecas. Bibliotecária, casada com o Eduardo e mãe da Caliope (calopsita). Carioca vivendo sonhos em São Paulo. Venham conhecer um pouco do meu cantinho de inspirações e alegrias.

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