Esse post é um relato, um desabafo, um alerta e quem sabe uma conscientização sobre Câncer de Mama. Espero que não estranhem, mas desejo que cada um de vocês entendam da importância de se cuidar e desse meu post gigante.
Quem acompanha o Prateleira de Cima, sabe que há um ano minha avó Zefa virou uma estrelinha, por causa de câncer. Foi um período de muita luta, muito sofrimento e muito aprendizado também. O caso da minha vovó era terminal, mas não irei entrar em detalhes aqui. O que acontece é que o câncer apareceu em nossa família novamente, mas de uma forma bem diferente.
Minha mãe está com câncer de mama. Está em tratamento e está muito bem.
Aproveitando as férias antes da cirurgia
Dona Maria (ou para os amigos mais antigos, Dona Socorro), minha mãezinha, é uma mulher preocupada com a saúde. Se alimenta bem, pratica exercícios (vai a academia toda a semana) e se consulta anualmente com um médico, fazendo os exames periódicos e de acordo com sua idade. Não deixa de fazer nenhum. Esses cuidados com a saúde posso dizer que herdei dela, pois desde os meus 18 anos faço exames periodicamente. Minha mãe é uma mulher de 50 anos e como toda mulher nessa idade faz todo ano o seu exame de Mamografia. Sempre no mesmo período do ano. Fiquem tranquilos que não há nenhuma loucura, obsessão ou hipocondrianismo nisso aqui. É só a preocupação e a responsabilidade com a saúde normal de todos os anos.
Eis que no ano passado, o resultado de sua Mamografia acusou a aparição de um nódulo. O médico deixou claro que não era nada muito grave e que mulheres tem nódulos o tempo todo, mas que deveria acompanhar esse nódulo para que não se tornasse algo mais grave no futuro. Então ela continuou vivendo sua vida normalmente até a sua nova mamografia. Esse ano ela repetiu o exame e acusou o nódulo novamente, porém com novas características. Essa novidade fez com que o médico a encaminhasse para o mastologista que logo prescreveu novos e outros exames para detectar a malignidade desse nódulo.
Aí, no final de julho, chega a noticia que ninguém queria. Para mim que estou aqui em SP, saber que minha mãe estava doente há 500 km de mim era (e ainda é) muito complicado. Não poder estar perto dela, apoiar e ser uma amiga para quem ela pudesse relatar e desabafar seus medos e problemas era muito doloroso. Para mim era como ficar no escuro e de mão atadas pois não podia fazer muita coisa por ela tão longe assim.
Foto tirada 2 dias antes da mamis operar
Após o primeiro baque, minha mãe começou a se movimentar para saber como proceder para fazer a retirada desse tumor. E vou falar para vocês, quem tem amigos tem tudo nesse mundo (muito obrigado!). Minha mãe não possui convênio médico e tinha que encontrar um local para fazer a cirurgia e o tratamento gratuitamente. Amigos verdadeiros nos ajudaram na hora de encontrar um hospital para operar.
Em agosto, fui ao Rio ficar com ela durante o período da cirurgia e da primeira semana no pós operatório. A cirurgia ocorreu tranquila e foi retirado o tumor além de uma região de segurança, além disso verificaram a glândula que temos embaixo da axila para saber se estava sadia ou havia presença de nódulos ou tumores. Para o tratamento de controle e prevenção, ela deverá tomar medicação e fazer algumas sessões de radioterapia. Minha mãe não está curada ainda e o tratamento é continuo e longo.
Desejos deixados na árvore dos desejos no Jardín Japones, Buenos Aires.
Estou relatando todo esse caso para mostrar a vocês como o câncer pode ter sim cura quando diagnosticado e tratado enquanto está no inicio. Câncer de Mama é uma das doenças que mais matam mulheres no mundo. Às vezes por falta de informação, mas às vezes por preguiça ou por preconceito. O tumor da minha mãe tinha apenas 0,6 mm de tamanho e era do tipo não palpável. Isso significa que o auto-exame nunca iria detectá-lo. Foi a mamografia, e somente ela, que foi capaz de detectar. Sei que é um exame chato, doloroso, mas é necessário. O auto-exame é uma forma muito importante de detectar nódulos no seio, mas só nódulos de determinado tamanho. Às vezes esse tamanho já é considerável e as formas de abordagem no tratamento serão totalmente diferentes e mais agressivas.
Durante esse periodo de descobrimento do tumor, da cirurgia e do tratamento, muita coisa passou pela minha cabeça. A primeira era a impotência que eu sentia por estar tão longe da minha mãe e não poder cuidar dela; a segunda era o fato de eu ser predisposta (50% de chance) a desenvolver um tumor em idade mais madura. Não pensei em morte, mas sim em minha mãe sofrer com tratamentos desgastastes e não poder fazer as coisas que ela tanto gosta. Uma das coisas que me deixou mais tranquila em todo esse processo é vê-la tão alegre, otimista e esperançosa em relação ao seu tratamento.
Sei que muitos leitores do Prateleira de Cima, não tem idade em se preocupar com isso. Só que todos nós temos mães, tias, avós, sogras e tantas outras mulheres em nossas vidas que podem estar nessa situação ou podem passar (desejo que não) por isso. É um alerta! Conversem, orientem seus familiares e amigos a respeito disso. Quanto mais cedo descobre, mais rápido e simples é o tratamento. A prevenção é nossa maior e melhor arma.
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Outubro Rosa e o combate ao câncer de mama
O mês de outubro foi escolhido para a grande campanha mundial de conscientização sobre o Câncer de Mama. Ocorre desde 1990 e tem como objetivo, orientar e conscientizar sobre os riscos e a necessidade de diagnostico precoce deste tipo de câncer que mata mulheres no mundo todo. É um mês inteiro com campanhas e ações para lembrar de como é importante nós mulheres cuidarmos de nossa saúde.
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Então meninas (e também meninos) vamos ficar alertas sobre riscos do Câncer de Mama, orientar sempre nossos familiares e nunca deixar com que essa doença nos vença. Se puder compartilhem, curtam esse post para que mais pessoas entendam um pouco melhor sobre esse tipo de câncer e busquem esclarecimentos. O logo da campanha é um lacinho rosa e estou querendo encontrar um para mim e outro para minha mãe
Quero deixar bem claro que os relatos e experiências vividos e contados nesse post são extremamente pessoais e não servem como base para nenhum diagnóstico ou tratamento independente. É extremamente importante que busquem orientação médica de confiança para orientaçao sobre Câncer de Mama ou qualquer outra doença que possa surgir.
♥
Esse post é dedicado a minha mãe que está lutando com toda a garra e perseverança contra um Câncer de Mama. E também a todas as mulheres que estão nessa mesma batalha com amor, esperança no coração e um largo sorriso no rosto. Mãezinha, te amo de montão! ♥
12 Comments
MARIA
1 de outubro de 2013 at 18:07“O fato de você ter câncer significa que uma energia está atuando com a intenção
de destruir o seu corpo.”
“Se você tiver fé em Deus e conseguir continuar alegre, positivo e ser bom para os outros, […] se conseguir conservar esse estado do coração, os seus problemas de saúde certamente darão uma guinada para o melhor.”
[De “O Caminho Da Saúde Definitiva”]
MARIA
1 de outubro de 2013 at 18:08Filha você é meu orgulho.EU TE AMO.
Karin
1 de outubro de 2013 at 20:03Tb amo muitão você.
Jaqueline Silva
1 de outubro de 2013 at 22:24É uma grande luta, mas sua mãe demonstra ter muita garra e com certeza terá sucesso nessa batalha.
Muita saúde pra ela ^^
Karin
2 de outubro de 2013 at 07:23Obrigada Jaqueline pelo carinho! Estamos todos lutando.
Tany
2 de outubro de 2013 at 13:43Dá um alivio e um sorriso quando você lê um post que fala sobre câncer e não fica triste no final. Sua mãe tem muita sorte de ser uma mulher que se cuida porque a maioria das pessoas é exatamente o contrário. Minha mãe é igualzinha e por isso sou mais tranquila com a saúde dela e com a minha, pois faço o mesmo, mas é um cuidado constante. A gente tem que sempre estar cuidando, verificando, tratando bem o corpo porque mesmo na sua família existindo esse tipo de caso, o câncer aparece do nada nas melhores pessoas. 🙁
Espero que ela melhore cada vez mais rápido porque imagino o quão desgastante seja o tratamento como um todo. Saúde pra ti e pra ela.
Karin
8 de outubro de 2013 at 10:26Ahhh Tany!!!
Nesse post não tem lugar para tristeza!!!
Fico feliz também em saber que há mulheres por aí que se cuidam e filhas que seguem o mesmo caminho.
Obrigada pelo carinho de sempre.
Beijos
Juliana
2 de outubro de 2013 at 21:01Oi Karin! Nossa, seu post foi ao mesmo tempo emocionante e inspirador. Fico feliz de haverem casos onde o cancer pode ser tratado e de fato, curado, com muita luta, tratamento e dedicação. Fico muito feliz por sua mamãe 🙂
Muita saúde pra ela a partir de agora!
Nunca tinha passado por aqui, mas já adorei seu blog de cara! Virei sempre <3
Beijos!
Karin
8 de outubro de 2013 at 10:22Oi Juliana!!!
Obrigada pelo carinho!
Que bom que gostou do blog!
Espero vê-la mais vezes por aqui.
Beijinhos!!!
Raquel Arellano
7 de outubro de 2013 at 22:19Oi, Karin!
Essa foto da sua mãe amarrando o bilhetinho na árvore (é lá em Buenos Aires, né?) tá tão serena… Acho que é um dom que nossas mães tem pra sempre viver situações tão difíceis de forma tão guerreira. Há alguns anos uma tia teve câncer de mama e já passou do período de 5 anos, quando eles dão alta. Ela sofreu muito com o tratamento mas ela era tão forte, com uma energia lá em cima que a gente se sentia pequeno com nossos problemas perto dela.
Tô torcendo aqui pela sua mãe, viu? Força pra vocês!
Karin
8 de outubro de 2013 at 10:18Olá Raquel
Obrigada pelo carinho e pela torcida!
Sim, a foto foi tirada lá em Buenos Aires, mas precisamente no Jardín Japones.
Estou já contando para fazer 5 anos essa história toda para ouvir dos médicos que ela está curada.
O tratamento ainda está bem no início, mas ainda bem que foi descoberto precocemente, pois o tratamento vai ser mais simples.
Também me sinto pequena com os meus problemas diante dessa batalha que minha mãe enfrenta e que tantas outras pessoas estão também enfrentando.
Beijinhos
Retrospectiva 2013 do Prateleira de Cima | Prateleira de Cima
31 de dezembro de 2013 at 09:17[…] ocorreram, mas coisas difíceis também. Como saber do câncer de mama da minha mãe (falei sobre neste post), a ausência da minha vó, muitos amigos perderam entes queridos. Sei lá, foi um ano […]